13 de agosto de 2009

Walter Lord - Parte 2


Dando continuidade ao flog de ontem, segue mais trechos do livro “A Night to Remember”, escrito por Walter Lord (1917-2002). Quem ficou interessado no livro, logo abaixo esta o link da Livraria Cultura, caso alguém queira comprar-lo. Infelizmente no Brasil o livro não foi lançado, mas em Portugal sim, pela “Editora Presença”, com o título “A Tragédia do Titanic”.
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... O nº 3 chegou às 6h00. O Casal Speddon subiu a bordo vestido de forma impecável. Logo atrás dele, vinha o dragomano(*) de Henry Sleeper Harper, Hamad Hassah, e o pequinês Sun-Yat-sen. Harper não levou muito tempo a descobrir Ogden no convés, cumprimentando-o com um distanciamento típico: - Louis, como é que consegue manter-se tão jovem? ...
... Bruce Ismay cambaleou pelo convés às 6h30, murmurando "Sou Ismay, sou Ismay". Ficou junto do passadiço, a tremer, encostado a uma antepara. O Dr. McGhee aproximou-se com amabilidade ... (Pág. 136)
(*) Dragomano - Um tradutor das línguas árabe, turca ou persa, empregado como intérprete, especialmente no Próximo Oriente
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... Entretanto, chegou o Olympic. Por que não transferir os passageiros para ele? Rostron achou que era uma solução pavorosa, não conseguia convencer-se a sujeitar aquela gente a mais uma transferência no mar alto. Além disso, o Olympic era o irmão gémeo do Titanic. A própria visão do navio levaria os passageiros a pensar num fantasma odioso. Para não se comprometer, voltou ao camarote do Dr. McGhee, falou de novo com Ismay. O presidente da White Star estremeceu só de pensar nisso ... (Pág. 140)
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... A história completa foi sendo conhecida pouco a pouco, mas alguns dos contos forjados nos primeiros dias nunca mais desaparecerm: a senhora que se recusou a deixar o seu grande dinamarquês para trás, a banda a tocar "Neaver My God to Thee", o capitão Smith e o primeiro oficial Murdoch a suicidarem-se, Mrs. Brown a dirigir o salva-vidas nº 6 de revólver em punho ... Mas as lendas fazem parte dos grandes eventos, e são úteis quando servem para manter vivas as memórias de actos corajosos de auto-sacrifício. As lendas não eram, porém, necessárias na altura. As pessoas sentiram-se esmagadas pela tragédia... (Pág. 146)
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... Mrs. Noël MacFie ( então condessa de Rothes ), por exemplo, conta que, estando a jantar com amigos um ano depois do desastre, sentiu de repente a horrível sensação de frio e o horror profundo que sempre associa com o Titanic. Por momentos, ficou confusa, sem perceber a razão. Apercebeu-se, então, de que a orquestra estava a tocar "Os Contos de Hoffmann", a última peça tocada depois do jantar naquela noite funesta de domingo ... (Pág. 156).

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